quinta-feira, 31 de março de 2016

LUTO



Sei que andava meio ausente por aqui, eu sempre disse que estava com problemas de saúde na família mas nunca de fato disse quais eram esses problemas, pois bem.

Minha mãe teve câncer de mama, descobrimos em setembro do ano passado, ela teve que realizar duas cirurgias, uma para retirada da mama esquerda, outra dos gânglios esquerdos, ela se recuperou plenamente bem das cirurgias e tirou uma energia fantástica de não sei aonde para enfrentar de frente a doença, vivia dizendo "não tenho câncer, estou com câncer" no sentido de que a doença não fazia parte dela, e sim era uma condição temporária a qual ela enfrentou de frente.
Ela realizou a primeira quimio dela duas semanas atrás, estava apavorada, morria de medo de vomitar, mas foi lá e enfrentou de frente, de acordo com os médicos os piores sintomas viriam entre os 7º e 10ºs dias após a sessão, dito e feito, sexta ela apresentou uma piora significativa na saúde dela, mas nada anormal para os padrões da quimio, na própria segunda da semana passada ela estava no jardim plantando e mexendo na terra!
Segunda, uma semana depois, febre, alta, absurdamente alta, pronto-socorro, exames, provável infecção, melhor não ficar no hospital sem ter certeza de nada ainda, justamente por ela estar passando pela quimio, voltou para casa quase uma da manhã de terça, mas estava animada, disse que o soro que deram para ela lá revitalizou ela, que poderia correr uma meia maratona sossegada. Fiquei conversando com ela até umas duas, fui dormir.
7 da manhã, ela levantou, tinha que voltar ao pronto-socorro originalmente para fazer mais alguns exames, porém estava com dor na perna, pediu para meu pai chamar a ambulância porque não conseguia dobrar ela direito.
Eu quis ficar em casa ou ir com os dois, mas tinha uma sessão de fotos de manhã para ir, ela teimou "você assumiu com eles lá, você vai no seu trabalho", colocou seu casaquinho preto, o qual conheço desde que eu era uma criancinha, não prestei atenção em outros detalhes de sua roupa, pensei "logo mais vejo a senhora", dei um tchau, apesar de estar com dor na perna ela subiu sozinha na ambulância, caminhou pela casa sozinha, então não me preocupei. Fui trabalhar.

11 e pouco da manhã;
Meu pai me liga, disse que a dor na perna dela se tornou insuportável, lhe deram morfina, "mas pai, isso ai não pode ser trombose? Os sintomas batem", "não, os médicos não disseram nada"
Decido ir na padaria, espairecer, comprei pães, o bastante para nós três, pensei "quando mamãe voltar ela vai procurar o pão", aproveitei e peguei o requeijão que ela tanto ama.

Meados de 12/13 horas;
Meu pai me liga assustado "me expulsaram do quarto da mamãe, disseram que é porque ela não tem 60 anos e não pode ter acompanhante, mas passei a manhã toda com ela lá, fui então perguntar ao segurança porquê não podia ficar com ela, vi eles levando ela com a maca e tudo para a sala de emergência, não estou gostando disso, avise seu irmão por favor."
Ligo para meu irmão, não atende o celular, estava em aula, mandei mensagem e consegui avisá-lo.

Meados de 13:30 horas;
Meu pai me liga "ainda não consegui falar com o médico, mas a enfermeira me disse que estão tentando estabilizá-la", "como assim estabilizá-la?", "não sei"
Aviso meu irmão sobre isso por mensagem, ele me diz para continuar a mantê-lo atualizado pelas mensagens.

Meados de 13:30/14 horas;
Meu pai me liga "sua mãe está sendo entubada, mande seu irmão voltar para casa, IMEDIATAMENTE", "mas como assim? O que ela tem?", "trombose, deu embolia pulmonar, não acho que ela saia dessa", "não brinca com isso!"
Ligo para meu irmão, dessa vez ele atende de primeira, como estava me comunicando por mensagens ele achou estranho, "papai mandou você voltar imediatamente para casa, mamãe está muito mal!"
Meu irmão para quem não sabe mora em Campinas, dá umas 2 horas e meia daqui, ele saiu da sala sem pedir nem avisar ninguém, correu para a república dele, enfiou qualquer coisa que tinha na bagagem e pegou o ônibus para a rodoviária de lá.
Enquanto isso eu mesma comecei a me arrumar correndo para ir no pronto-socorro, liguei para minha tia, pedindo se meu tio me buscava em casa para me levar lá, meu tio estava no próprio pronto-socorro fazendo companhia ao meu pai.
Fechei toda a casa, cuidei dos bichinhos, fiquei sentadinha na sala e esperei, esperei e esperei, meu tio nunca veio.
Minha tia apareceu no portão de casa, ela mora perto daqui, na hora meu coração parou, parecia que tinha gelo dentro dele.
Abri o portão para ela, "sua mãe não vai voltar mais", gritei tanto que até a vizinha veio desesperada ver o que estava acontecendo. Sem perceber virei uma bola no chão e soquei tanto o chão que só fui notar hoje que eu machuquei meu pulso e mão direita enquanto socava com uma força que eu não sabia ter e um descontrole nunca visto por mim antes.
Depois de alguns minutos que pareceram não ter fim para mim ali caída no chão, escutando a vizinha desesperada perguntando o que estava acontecendo e ficando em choque de saber de mamãe, suas vozes parecendo que vinham do fundo de um túnel, levantei e corri para o telefone, liguei para meu irmão e dei a notícia, ele estava dentro do ônibus indo para a rodoviária, ele disse para mim depois que chorou ali mesmo e nem percebeu mais o que tinha em torno dele e se alguém ficou olhando.
Se eu não tive a chance de dar adeus ou vê-la uma última vez, quem dirá ele?

Meados de 14:30 horas:
A vizinha decidiu nos levar, eu e minha tia, até o hospital, na esperança de que eu pudesse ver mamãe uma última vez, mas chegando lá, com o pessoal enrolando a gente elas decidiram que era melhor eu não ver aquilo, mamãe no necrotério, me arrastaram de lá e me levaram na funerária aonde papai estava com meu tio, o qual nunca apareceu porque mamãe morreu e ele ficou com papai, estavam acertando sobre o funeral.
Escolhi o caixão, um caixão marrom claro com tema de flores do lado de fora, mamãe teria gostado.

Meados de 15/16 horas;
Voltamos para casa, papai avisando os vizinhos amigos dele, entro em casa sozinha pois o homem da funerária viera pegar as roupas para usar na mamãe, abro a porta da sala e dou de cara com a bolsa dela, a bolsa de corujinhas que dei para ela ano passado, no mesmo lugarzinho aonde ela costumava deixar, quase grito por ela ao ver a bolsa dela lá, se a bolsa dela estava lá ela também devia estar! Mas vejo ao lado dela um saco branco, escrito: "conteúdo intoxicante" e vejo que dentro daquele saco estão as roupas dela, o casaquinho que ela vestia logo cedo antes de sair, o óculos, o sapatinho lilás, as meias, a calça e uma camiseta de gato que eu dei para ela no ano passado, não. Papai tinha passado em casa enquanto eu estava pelo hospital e sem pensar deixou as coisas dela no lugar aonde ela costumava deixar, nunca que ele imaginaria que eu iria pensar que ela poderia ainda estar lá.
Senti como se boa parte de mim morresse naquele momento.
Fui até o quarto, escolhi uma blusa verde com triângulos amarelados, ela costumava usar ela bastante, uma calça preta, meias, pedi desculpas caso as peças não combinassem entre si, quando ela se vestia sempre perguntava "esse sapato está combinando? E essa pulseira com essa blusa?". Peguei a foto da nossa gatinha Sofia que faleceu em 2011, amor da vida dela, do porta retratos que dei para ela ano passado de dia das mães, e pedi para o homem da funerária colocar a foto nas mãos dela, ele não me contestou.
Marcamos o enterro para as 11 da manhã do dia 30-03-2016.

Meados de 17 horas;
Meu irmão finalmente embarcou no ônibus para casa, ele chegaria por volta das 19 horas, decidimos esperá-lo em casa, eu e papai, tomamos banho e ficamos pela sala de casa, sem saber muito bem o que fazer. Em choque seria uma definição.

Meados de 19 horas;
Meu irmão finalmente chegou em casa, ele que estava tentando se controlar desde o ônibus até o portão de casa desabou, pois ele percebeu pela primeira vez que nunca mais mamãe abriria o portão para ele quando ele retornasse de viagem. Papai e ele se abraçaram em prantos, eu olhando do lado, parecia até uma cena de algum filme triste, algo do qual eu não fizesse parte, até o momento que meu irmão se virou e me abraçou. Então percebi que aquele filme triste se desenrolando ao meu redor era a minha vida.

Meados de 20 horas;
A mesma vizinha deu-nos carona até o cemitério, aonde mamãe seria velada, chegando lá tinham alguns conhecidos nossos, nos deram as condolências logo que chegamos, tudo muito surreal, eu chorando, mas sem entender de fato o que estava acontecendo comigo e com os outros, o mundo estava estranho demais.
Chagamos na salinha, o caixão que eu escolhi, mamãe dentro dele. Meu mundo acabou neste momento.
Quase não a reconheci, inchada, roxa, precisei de longos minutos para associar aquela pessoa com a mamãe, que estava tão cheia de vida até poucos dias antes.
Mas mesmo vendo-a ali, eu ainda não conseguia entender o que estava acontecendo, no fundo do meu cérebro ficava indo e vindo a mensagem "é um pesadelo, logo mais você acorda"

Meados de 21/22 horas;
Muitas pessoas amigas vieram no velório, chegaram alguns parentes vindos de longe, mas nem de perto me doeu tanto quanto ver minha madrinha. Minha madrinha era prima de mamãe, amigas de infância, totalmente grudadas, se falavam todos os dias por telefone e pelo tablet, a madrinha mora longe então era bem raro conseguirmos visitá-las, mas isso não as impedia de se falaram à todo momento, e até perto do fim mamãe estava escrevendo e fazendo piadinhas com a minha madrinha.
A expressão de minha amada madrinha dizia que talvez aquilo não fosse só um sonho ruim.
Minha prima me abraçou e ficava me dizendo "você não está sozinha".

Meados de 23:30 horas;
Decidimos voltar para casa para comer, todos os visitantes automaticamente se retiraram quando viram que saímos de lá. Chegamos em casa, papai e meu irmão comeram alguma coisa, eu não comia desde meados de 11 da manhã, mas fui incapaz de comer alguma coisa, sentia como se meu estômago tivesse criado dentes e estivesse se devorando por dentro, isso junto de uma ânsia que nunca senti antes daquele modo. Dentro da geladeira topamos com um sanduíche feito com pão de forma integral e uma fatia de queijo prato, o favorito dela, estava meio mordido, ela o comeu na terça antes de sair mas não terminou, provavelmente pela dor, me lembrei de tê-lo guardado na terça de manhã ao vê-lo em cima da mesa, a última mordida e a última refeição dela, aquilo foi tão...
Voltamos para o velório.

Meados de 2 da manhã;
Digo para meu irmão que mamãe está ficando mais inchada do que estava quando chegamos lá, ele diz para não ficar olhando.

Meados de 3 da manhã;
Meu pai entra em pânico ao notar que mamãe está enorme, a barriga parecendo uma bola, o rosto totalmente deformado, fiquei repetindo que aquela não era a mamãe. Ligamos correndo para a funerária, quando chegam lá a notícia que eu já imaginava. Fecharam o caixão da mamãe às 3 da manhã do dia 30-03, e o pior, não conseguiram lacrá-lo pois ela ficou maior que ele.
 O homem da funerária diz, "não podemos esperar até as 11, terá que ser no máximo às 8", "mas como vamos avisar à todos?" papai me perguntou, postei nas redes sociais e tudo o que pude fazer foi rezar para que os conhecidos lessem logo cedo, liguei para minha tia, aonde os parentes tinham ido dormir e os avisei.

Meados de 4:05 horas;
Depois de ver o caixão lacrado, a ficha começou a cair.
Estava conversando com meu irmão sobre coisas que mamãe fazia, quando lembrei do costume que ela tinha de comer a ponta das coxinhas que eu comia, ela era vegetariana, então não comia coxinhas, elas tem frango, mas amava a massinha, então para ela não passar vontade eu sempre deixei a pontinha para ela, nem que eu estivesse na rua, eu levava a pontinha para casa para ela comer, a lembrança dela toda feliz quando comia a pontinha da coxinha me atingiu como um míssil desgovernado, senti dores, dores que não eram físicas, minha alma doía, a perspectiva de que nunca mais verei o sorriso dela quando via a pontinha da coxinha me deixou sem chão, com ela todo o resto, todas as pequenas coisas que sempre fizemos juntas, as manias, os planos, tudo se fora, nessa hora entrei em crise.
Tive pânico, gritei, chorei, fiquei catatônica, tudo ao mesmo tempo. Meu irmão se desesperou, me seguro no colo o tempo todo, meu pai, ficava perto e olhava para mim como se ele não soubesse o que fazer.
Acho que meu acesso durou quase uma hora, pois quando dei por mim estava amanhecendo.
Não fiz de propósito e até me envergonho agora, pois eles sentem tanta dor quanto eu, mas não sei, a dor foi tanta, parecia que era um sonho, que eu não estava lá de verdade, que eu iria fechar os olhos estar na minha cama em casa com mamãe me acordando.

Meados de 7 horas;
Os homens da funerária voltaram e se desesperam ao ver que o caixão de mamãe está abrindo, e pior, está entortando a parte de cima da tampa.
O velório teria que ser adiantado.

Meados de 7:15 horas;
Mamãe foi enterrada.

Meados de 7:20/7:30 horas;
Os que conseguiram ser avisados sobre o enterro ter sido adiantado começam a chegar, literalmente 5 minutos após mamãe ser selada de vez na terra.


Voltamos para casa pelas 9, a casa estranhamente silenciosa e vazia, peguei o saco de roupas da mamãe, estavam ensopadas, ensopadas nos últimos minutos de suor dela antes do fim, decidi que era melhor lavá-las o quanto antes para não correr o risco de embolorar.
Levei o saco para o banheiro e deixei sobre o cesto de roupas sujas, fui tomar um banho, peguei os dois gatinhos preferidos dela, o Cookie e a Marie, ambos os "filhinhos" dela, de acordo com ela mesma, ela acostumou eles a ficarem no banheiro tomando vapor enquanto ela tomava banho, achei digno repetir para eles não se sentirem mal, mas esqueci do saco sobre o cesto. Cookie e Marie viram e decidiram cheirar. A reação deles foi uma facada no meu coração. Cookie cheirou o saco, na mesma hora virou a carinha para mim, seu olhar continha o mais puro e genuíno terror, ele começou e berrar desesperado para sair do banheiro e saiu de lá como se tivessem dado uma estilingada nele, Marie sentou-se do lado do cesto de roupas sujas, numa perfeita pose de esfinge e me olhou nos olhos, seus olhos pareciam chorar na mais profunda tristeza, e ela permaneceu lá, na mesma pose sem sair do lugar até eu terminar meu banho. Acho que eles entenderam que aquelas roupas continham algo muito doloroso vindo da mamãe, seus últimos minutos de vida.

Depois disso cochilei, cochilei por volta de 1 hora e meia, depois fiquei errante pela casa, tive acessos de choro, conversei com alguns amigos online que já passaram pela perda dos pais em busca de algum consolo que eu sei que não virá.
Depois fiquei sabendo que a banda da cidade (banda marcial) que eu fotografo tem quase 3 anos iria tocar em homenagem à minha mãe às 20 horas, no princípio eles iriam tocar de qualquer modo em um evento, tanto que eu já havia avisado ao maestro que eu não iria, mas decidiram usar o evento no qual eles iriam tocar originalmente para fazer uma singela homenagem à mamãe.
Decidimos ir então, papai, eu e meu irmão, acabei levando a câmera e fotografei o evento, a última homenagem à mamãe, tocaram Elvis, ela amava Elvis.
Só fui comer em casa quando voltamos, já mais de 10 horas da noite, mas o estômago ainda possui dentes que machucam.

Voltei para casa dessa homenagem à mamãe e cá estou, não sei o que me levou à escrever esse texto justo aqui, medo de esquecer dos detalhes? Um modo de lembrar da mamãe?
Eu não sei, não sei mesmo, foi tudo tão rápido que eu ainda não sei se de fato estou acreditando em tudo o que me aconteceu, tenho a impressão de que mamãe vai surgir à qualquer momento em casa, que eu vou vê-la na sala jogando no tablet dela, ela amava aquele tablet!
Está tudo do jeitinho que ela deixou há menos de dois dias, a bolsa, fui olhar dentro, todas as coisinhas dela, todas lá arrumadinhas, só esperando a sua volta, tudo arrumadinho para a ida dela ao médico. O tablet estava em cima da lateral da cama, no mesmo lugar que ela deixou, com o carregador do lado. A camisola largada em cima da cama esperando o retorno da dona para dormir mais uma noite.
Eu não consigo acreditar, minha vida sofreu uma reviravolta deste modo em um dia.
Eu ainda não dormi.
Não sei se consigo, até escrevi pelo facebook, que estou com medo de dormir, não pelo medo de não poder acordar, mas sim pelo medo de acordar e ver que não foi só um pesadelo.


Então, para aqueles que me acompanham por aqui, mesmo eu não sendo nem um pouco certinha em postar coisas (tive meus motivos afinal), eu estou em um momento mais do que difícil agora, não tenho vontade de fazer nada, não sei o que faço da minha vida de agora em diante, então se eu não postar por um bom tempo aqui já sabem o que me levou à isso.

O que mais me doeu foi, entrei no Line pelo celular, tinha uma mensagem dela, enviada na sexta, eu não tinha visto, era um papel de parede de um ouriço dentro de uma xícara, eu tinha me esquecido, na sexta eu ensinei ela à usar o Line Deco e a enviar papéis de parede para amigos, ela me enviou esse ouriçinho e eu não vi, foi como se ela estivesse viva, e isso doeu muito, de um modo que duvido que existam palavras para descrever. Nunca mais receberei mensagens dela com um ouriçinho dentro de uma xícara.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Miraculous Ladybug

Olá Pessoas!

Sei que sumi por mais de um mês, mas andei tendo problemas com saúde na família e me desliguei um pouco, mas hoje trago uma coisa bem legal para falar!

Miraculous Ladybug!




"Miraculous Ladybug - As Aventuras de Ladybug" no Brasil irá estrear hoje, dia 07-03-2016 às 20hrs no canal de tv paga, Gloob. Por que essa animação é tão aguardada por diversas pessoas antes mesmo de estrear e por quê vale à pena acompanhar pela televisão no Brasil?

Vamos falar um pouco sobre a história de como foi criada, seu enredo e personagens, eu assisto a série pela internet desde que foi lançada com legendas em português por uma página no facebook chamada "Miraculous Ladybug Brasil" e faziam anos que um desenho não me prendia tanto!




Sobre a criação de Ladybug:


Este desenho é uma produção criada por Thomas Astruc, e coproduzida pelos estúdios Zagtoon, Method Animation, Toei Animation, SAMG Animation, SK Broadband, e De Agostini sendo uma produção Nipo-Franco-Coreana. Ou seja, ela tem nomes de peso na industria da animação internacional e tem 3 países envolvidos em sua produção.



Me lembro com detalhes quando o projeto para a Ladybug pipocou na internet, muiiito tempo antes de sequer pensarem em lançar o desenho de fato. Os idealizadores da série queriam criar uma heroína forte e inspiradora, e se baseando em uma joaninha nasceu a ideia e o conceito da Ladybug. Inicialmente não se sabia se ela seria de fato colocada em prática e se seria uma produção no estilo anime ou em 3D. Um vídeo promo chegou a ser criado pelo estúdio Toei no qual eles apresentavam Ladybug e seu parceiro Chat Noir combatendo o crime, essa animação em estilo anime. No vídeo vemos também Marinette, que é a identidade secreta de Ladybug e Félix, que era inicialmente a identidade secreta de Chat Noir, sendo substituído posteriormente por Adrien, pois Félix era um personagem muito frio e que não era nem um pouco gentil com Marinette e acharam que este seria um mau-exemplo de um relacionamento entre eles. 

Abaixo temos o PV lançado originalmente com os personagens em 2D no estilo anime:







A animação em 2D no estilo anime entretanto não foi aprovada pelos demais envolvidos no projeto e Ladybug acabou sendo lançada como uma animação em 3D no final de 2015, mas com traços típicos dos animes japoneses.
A série estreou na Coreia do Sul em setembro de 2015, na França em 19 de outubro, em Portugal em 22 de fevereiro deste ano e hoje será a tão aguardada estreia no Brasil.



Abaixo em 3D:




E aqui um vídeo comparativo dos dois estilos:




E não menos importante, sobre o processo de criação da Ladybug ♥






Enredo:

A série se passa na cidade de Paris, na França. Acompanhamos a rotina de Marinette Dupain-Cheng, uma garota em torno de 15 anos de idade, fofa, que ama moda e desenhar e tem uma paixão secreta por seu colega de classe, Adrien Agreste. Mas o que ninguém sabe é que secretamente ela é a Ladybug! Uma super-heroína que salva Paris de vilões dos mais diversos tipos, tudo isso com a parceria de seu inseparável companheiro Chat Noir (gato preto em francês).

A história se foca nos vilões que aparecem à cada episódio, esses vilões são pessoas normais que acabam sendo dominados pelas Akumas, que são borboletas malignas feitas pelos seus próprios sentimentos negativos. Quem controla essas borboletas é o grande vilão da série Hawk-Moth, que tem por objetivo pegar as jóias "Miraculous" responsáveis por transformar Ladybug e Chat Noir em heróis e com elas se tornar invencível.


Fim do enredo!





Sobre a série:


A série não tem uma sequência cronológica correta, sendo possível assistir aos episódios sem perder a noção do que está acontecendo, pois a cada episódio um novo vilão é criado, Ladybug e Chat Noir enfrentam ele e o episódio acaba. Com exceção dos dois episódios chamados "Origens" os quais possuem parte 1 e 2 e é mostrado como Ladybug e Chat Noir adquirem suas Miraculous.

Em cada país os episódios são lançados em uma ordem diferente, então para acompanhar melhor a série deve-se saber o nome do episódio, o qual geralmente é o nome do vilão que aparece nele, pois o episódio 10 na França pode não ser o mesmo da Coréia.
Mesmo não possuindo uma ordem é possível notar que em alguns episódios Marinette tem um relacionamento de amizade muito mais profundo com Adrien do que em outros nos quais ela mal consegue falar com ele sem gaguejar, então mesmo sendo aleatórios em exibição os episódios tem uma sequência cronológica não explícita, ficando à critério de quem assiste juntar os fatos.



Sobre os personagens:



Marinette Dupain-Cheng - Ladybug:



Marinette é uma garota como qualquer outra de sua idade. Frequenta a escola, tem uma melhor amiga chamada Alya Césarie, faz de babá para uma menininha chamada Manon esporadicamente, adora moda e sonha em ser estilista um dia. Tem uma rixa muito grande com Chloé Bourgeóis, filha do prefeito e se mete em muitas encrencas por culpa dela.

Ela tem uma paixão secreta por Adrien, seu colega de sala, da qual somente Alya sabe e a apoia sempre.
Marinette foi contemplada com a miraculous de Ladybug, a qual acompanha Tikki, um tipo de "guardiã" que mais parece um bichinho vermelho e pequeno e que em diversos momentos serve como uma conselheira e consciência de Marinette. Tikki é a responsável pela transformação de Ladybug, sua miraculous, que é um par de brincos "suga" Tikki e então a transformação começa.
Ladybug é ágil, consegue pular longas distância e usa como "arma" um io-io vermelho com bolinhas, ela usa ele tanto para transporte como para lutar contra os vilões. Este mesmo io-io libera um poder chamado "Lucky-Charm", o qual ela só pode usar uma vez por transformação esgotando sua energia, este poder crie um item aleatório o qual Ladybug não faz a menor ideia do que vai ser, mas este item aleatório sempre acaba sendo útil e vindo bem a calhar nas piores situações.
Ladybug é a única que pode curar as Akumas e torná-las borboletas puras novamente, caso ela não as cure algo de muito ruim pode acontecer.
Sempre que ela usa a Lucky-Charm Tikki fica esgotada e em poucos minutos ela se transforma novamente em Marinette sempre tendo que correr para longe quando seus brincos começam a piscar.
Como Ladybug Marinette fica menos tímida e mais confiante.



Marinette

Ladybug


Tikki





Adrien Agreste - Chat Noir:


Adrien é colega de sala de Marinette e a considera sua amiga. Seu melhor amigo é Nino e o acompanha em diversos momentos. Ele é constantemente "perseguido" por Chloé que quer ser sua namorada à todo custo. Ele tem uma personalidade amigável e atrai muita atenção por ser bonito e trabalhar como modelo no seu tempo livre. Seu pai é um homem muito rico e influente no mundo da moda, sendo alguém para quem Marinette sonha em trabalhar algum dia. Adrien tem muitas restrições em sua vida particular, aulas, cursos, trabalhos e sempre tem algum tutor atrás dele, sendo assim ele não tinha muitos amigos antes de começar a frequentar a escola e ele dá muito valor às amizades dele.


Adrien secretamente possui a miraculous de Chat Noir, a qual acompanha Plagg, que assim como Tikki é o responsável por sua transformação, sua miraculous é um anel com formato de gato que fica preto quando ele se transforma. Ao contrário de Tikki que é centrada e muito justa, Plagg é preguiçoso, guloso e se pudesse não faria nada o dia todo, chegando à influenciar Adrien à fazer algumas coisas erradas de vez em quando.

Como Chat Noir a personalidade de Adrien muda drasticamente, tendo a liberdade de ir e vir ele fica mais extrovertido e debochado, se exibindo e se metendo em enrascadas por isso. Ele é totalmente apaixonado pela Ladybug à quem ele trata carinhosamente de "My Lady"
Seu poder é de destruição, assim que ele o ativa qualquer coisa que ele tocar se desintegra e assim como Ladybug ele só pode usar uma vez, sempre usando no momento certo para ajudá-la.
Chat Noir é o parceiro e companheiro fiel dela, seguindo tudo o que ela diz e a admirando de longe sempre.



Adrien

Chat Noir

Plagg




Chloé Bourgeois:

Responsável por uma boa porcentagem de personagens que se tornam vilões ao magoá-los ou humilhá-los, Chloé é arrogante, metida e tem uma rixa interminável com Marinette desde sempre. É a filha do prefeito e por isso conhece Adrien desde que eram crianças. Ela tem uma paixão nada secreta por ele e faz o possível e o impossível para ficar perto dele e prejudicar Marinette e afastá-la dele.Sua melhor amiga se chama Sabrina, apesar de nunca demonstrar ela gosta muito de Sabrina e fica desesperada no episódio no qual Sabrina se torna uma vilã. Chloé é, como ela mesma diz, a fã número 1 da Ladybug, fazendo cosplay dela e idolatrando-a chamando de amiga. Chloé vira vilã em um episódio e se torna a "Antibug", uma versão má da Ladybug.


Chloé Bourgeois



Alya Césaire:

Melhor amiga de Marinette, a acompanha em suas desilusões amorosas com Adrien e a apoia sempre, sempre lhe aconselhando a ser mais corajosa e a se aproximar dele. Também possui uma rixa muito grande com Chloé, até mais forte do que Marinette. É fã da Ladybug e criou um blog dedicado à ela, sempre seguindo seus passos e sonhando com o dia em que irá descobrir sua identidade secreta.
Alya vira vilã em um episódio, se tornando a Lady Wi-fi.


Alya



Nino:

Melhor amigo de Adrien, apoia ele em tudo e se irrita profundamente pelo descaso que o pai de Adrien possui com o filho, se tornando um vilão por causa disso no episódio, o Le Bulleur, dando sumiço em todos os adultos de Paris.
Tinha uma paixão secreta por Marinette, mas após uma série de imprevistos acaba se interessando por Alya.


Nino



Hawk Moth:

É o grande vilão da série e o responsável pela criação das Akumas que dominam as pessoas tornando-as em vilãs. Possui uma miraculous em seu broche que mais parece uma mariposa, Nooroo que acompanha sua miraculous não queria ser usado para o mal, mas não tem opção pois seu mestre deseja ardentemente possuir as miraculous de Ladybug e Chat Noir, pois existe uma lenda que diz que quem possuir as duas ao mesmo tempo terá poderes infinitos.
Seu poder sente a angústia, tristeza e raiva das pessoas, usando essas emoções negativas ele cria as Akumas causando o caos por toda Paris.



Hawk Moth


 Esconderijo do Hawk Moth




Minhas Impressões sobre essa animação e porque vale à pena acompanhá-la:

Eu fiquei viciada em Ladybug, é sério!
Desde quando ainda era somente um projeto lá pelo final de 2014 me interessei muito pelo tipo de personagem que ela seria, uma heroína salvando Paris do mal, com um companheiro inseparável sem o qual ela não consegue fazer tudo o que quer, mas ao mesmo tempo sem ele roubar a cena e os créditos por seus feitos.

Marinette é como toda e qualquer garota, ela tem medos, apreensões, é tímida e gostaria de se destacar, quando ela se torna Ladybug ela encontra uma força interior à qual não conhecia e à partir deste ponto, não somente como a Ladybug e sim como a Marinette ela passa a enfrentar seus problemas e ajudar aos outros. Se tornando determinada e forte.
O mesmo ocorre com Adrien, de um garoto inseguro e sem amigos ele passa a encontrar pessoas com as quais se importa e coisas pelas quais ele quer lutar quando se torna o Chat Noir.
Acho esse ponto da animação muito bom, pois ela passa uma mensagem de que nós podemos conseguir nos superar, superar os medos e angústias mesmo sem nossas máscaras, como no caso da Ladybug e o Chat Noir.

Todo episódio mostra um personagem se tornando um vilão, por mais legal e gentil que o personagem possa ser ele guarda mágoas, raiva, frustrações e medos dentro de si, e quando algum tipo de gatilho desencadeia esses sentimentos ruins e ele se torna um vilão transformado pela Akuma, vemos que mesmo com todos os nossos problemas é possível tentar superá-los, pois ao final de cada episódio, quando esses personagens voltam ao normal, sem nenhuma lembrança de se tornarem vilões eles geralmente acabam se acertando e resolvendo seus problemas e conflitos internos, e coisas que pareciam o fim do mundo na verdade não eram.

O ponto que mais gostaria de destacar é, Ladybug é uma heroína que luta pelo que acha que é certo, tenta sempre dar o melhor de si, e mesmo sendo super forte e determinada ela não necessariamente consegue dar conta de tudo sozinha, mostrando que não, ninguém é uma ilha, precisamos dos outros, precisamos de apoio, nem que seja somente emocional e nem que seja uma mãozinha, é ai que entra o Chat Noir. Ele é um herói tão forte quando a Ladybug, mas não tem o poder de lutar sozinho, até porque ele não pode curar as Akumas, mas isso não o impede de também dar o melhor de si e ajudar Ladybug no que for necessário e mesmo sendo colocado como um personagem secundário, mesmo sendo menos aplaudido no final do que ela ele continua a admirá-la e segui-la, sempre sem se anular no processo, acho que esse é um ponto importante. Ele não rouba a cena da Ladybug, uma personagem feminina forte e independente, mas ao mesmo tempo ele não deixa de ser tão importante quanto ela. Os dois precisam um do outro.

Bem, é isso, espero que tenham gostado! 
E se puderem, prestigiem Miraculous Ladybug na Gloob, quanto mais gente assistir, mais audiência terá e com isso o esforço dos produtores será reconhecido! 
É uma animação que vale muito, muiiiiito mesmo a pena! É engraçada, fofa, bonitinha, profunda e traz mensagens importantes, me lembra muito o estilo da Sailor Moon (na parte de transformação e ter algo que lhe dá o poder) e Sakura Card Captors (na parte de perseguir e curar as Akumas).

Mas caso não tenham como ver pela televisão deixo abaixo o link da página da Miraculous no facebook, eles postam constantemente os episódios lançados na França com legendas em português  (´。• ᵕ •。`) ♡


https://www.facebook.com/MiraculousLadybugBrasil/

E para finalizar, fiquem com essa imagem do Chat Noir para convencê-los a assistir a série ( ‾ʖ̫‾)